Todos me perguntam como estou a lidar com esta reviravolta na minha vida.
E todos estranham que esteja bem. Apesar de estar sozinha, de ter afastado uma das pessoas que mais me apoiou nos últimos tempos, de toda a situação relativamente ao pai...
Sei que estou estranhamente bem. Confesso que às vezes me apetece chamar todos os nomes possíveis e imaginários pela imaturidade com que o pai está a lidar com esta situação. Ou melhor, não está. Simplesmente ignora que estou grávida de um filho dele, nem sequer me pergunta como estou a passar, como está tudo a correr, falar comigo parece um suplício. Compreendo e respeito a decisão que tomou. Tivemos educações diferentes, contextos e acontecimentos de vida diferentes. Mas realmente...(como tenho dito ultimamente) parece um adolescente de 36 anos! Enfim...não mudo a minha decisão.
E estou feliz com ela! Se voltasse atrás tomaria a mesma decisão.
E sinto-me com força, cheia de força para ultrapassar os meus momentos de solidão. Mas desengane-se quem acha que esta força vem toda de mim. Não vem! Sinto uma presença muito forte em mim, algo que me dá a força extra que preciso quando a minha não é suficiente. Porque sei perfeitamente que é impossível EU ter esta força toda.
É como um anjo que me acompanha, não sei se me protege, mas dá-me força quando preciso. E quando puder vou tatuá-la dessa forma. Alguém que gostaria muito de ser avó. Alguém que não teve a oportunidade de o viver. Alguém que sei que me estaria a apoiar no máximo que pudesse.
...
*** Cat